sexta-feira, 30 de maio de 2008

Second Take - Patagónia Argentina

Entramos na estrada para El Calafate. Juan havia no dia anterior ido connosco comprar os bilhetes no autocarro das nove da manha. A viagem seria feita com três passageiros. Dois deles eramos nós! Os primeiros metros adivinhavam uma viagem colada ao vidro do autocarro. A paisagem prendia-nos pelo seu branco. Atravessamos um verdadeiro "deserto" de neve durante 4 horas da totalidade do percurso e nao se via vivalma. O sol brilhava alto e de vez em quando eramos saudados por um condor ou guanco (da espécie dos lamas). Tudo espreitava, mas nem todos se aventuravam no ar gélido que atravessava a estrada.
Acordamos no America del Sur e puseram-nos a par da impossibilidade de ingresso no trekking ao Perito Moreno (um dos poucos glaciares "estáveis" do planeta: avança cerca de 2m por dia, mas ao mesmo tempo e repetidamente vai colapsando pela intervençao do degelo e da água do lago Argentino).
Acabamos por ter um dia de descanso. Nesta lufa-lufa do nosso mundo neste mundo pareceu-nos estranho. 24 horas de pleno relaxe nao seria perda de tempo? Fosse como fosse teriamos que aproveitar: colocar os relatos e fotos do blog em dia, escrever uma linhas do nosso mundo, "chatear" com quem estivesse on-line, passear pela vila e assistir a um brilhante pôr-do-sol.
O merecido repouso foi compensatório! Na extremidade do lago Argentino surge algo bombástico: Glaciar Perito Moreno. Arrancamos bem cedo e ainda se dormiu nos bancos do autocarro até chegar ao barco que nos levaria a fazer um trekking em pleno glaciar. Tudo parecia (e era) gigantesco aos nosso pés. E bem que nos fizeram falta ao longo da caminhada.
Um céu azul de morrer, um sol em luz quente, um branco que parecia tudo menos gelo. Era tudo quase perfeito: poderia facilmente ser um postal sem intervençoes de photoshop!
Vejam para crer.
















quinta-feira, 29 de maio de 2008

First take - Patagónia Chilena

Aterrados em Punta Arenas, mal podíamos esperar pelo momento de conquista da Patagónia. A excitaçao consumia todas as energias, mas precisavamos de um sítio para aquecer os ossos pois o frio da Antartica já se fazia sentir! El Calafate, o hostel, recebeu-nos por apenas uma hora. Aconselhou-nos a seguir viagem na mesma noite para Puerto Natales, de modo a podermos, no dia seguinte, embarcar na conquista do Parque Natural Torres del Paine.Juan, já nos esperava no terminal de Bus. Pai de família, extremamente simpático e hospitaleiro, fez as nossas boas vindas e foi uma preciosa ajuda para planear a nossa expediçao.Madrugamos. O frio apertava ainda mais. O descanso era pouco, mas a emoçao fazia agir. O cenário invernal destas bandas somente levantou o véu do que realmente é. O verde acastanho mistura-se com o branco, o céu, ora cinzento ora azul, timidamente vai mostrando o seu encanto. Foram estas a cores do primeiro dia na Patagónia. Dentro de momentos voltaremos a colorir!







sábado, 24 de maio de 2008

Santiago: Bem vindos à civilizaçao

Sair da Bolívia e chegar a Santiago do Chile foi ouro sobre Azul. Finalmente voltariamos às estradas com asfalto e iluminaçao, casas de banho habitáveis e contentores do lixo. Ah! E água quente! A cidade poderia ser uma qualquer cidade europeia, com regras e disciplina para peoes e carros. Tudo está bem definido e organizado. Tratamos de lavar, pela primeira vez, a nossa roupa aproveitamos para andar nas ruas, visitar museus (com a brilhante presença portuguesa em selos), pois gostamos de todo o ambiente cosmopolita.
Regressar da Ilha da Páscoa e aterrar, novamente, em Santiago teve um misto de (in)satisfaçao. As expectativas eram altas e realmente o mau tempo que se fez sentir dificultou muito a expediçao. Contudo, foi uma experiência muito gratificante pois vivemos igualmente a convivência a cultura e mística de Rapa Nui.
Bute para a Patagónia!






Ilha da Páscoa: Diz que é uma espécie de impermeável

Voamos até à Ilha da Páscoa, que se revelou uma aventura. Descobrimos que a pré-reserva do hotel, da internet, nao havia funcionado, pelo que tivemos que arranjar um outro em sobressalto. Ana Rapu Cabanas. Pareceu-nos muito bem e por ali nos instalamos. Entretanto conhecemos Clair, uma britânica com um inglês cerradissímo e que acabou por passar o final de tarde connosco numa esplanada a apanhar sol. Ainda deu para ver o pôr-do-sol do nosso quarto, que estava mesmo na primeira linha do mar. Jantámos qualquer coisa e fomos descansar, pois no dia seguinte queriamos começar o nosso itinerário.
Depois do pequeno-almoço e através do contacto da Ana Rapu, alugámos uma scooter e os problemas começaram. Na ilha só funcionam MasterCard, apesar dos 2 ATMs que existem, e o banco (para fazer cash-advance) diz que a ligaçao com o BCP nao funciona! Tentamos telefonar para a nossa agência bancária, mas lembramo-nos que eram +7 horas do que cá, ou seja noite densa! Merda! Estamos sem "guito"!
Conseguimos adiar o pagamento da scooter para o dia seguinte e pusemos o pé na estrada e 2 paes na algibeira para o dia todo! O mau tempo começava a fazer-se sentir, mas mesmo assim queriamos conhecer os mistérios da Ilha pelas suas famosas Moai. As estradas de terra batida escura, foram o primeiro obstáculo. Depois a chuva! Imaginem que as expectativas eram encontrar uma ilha paradísiaca com um sol esplendoroso (tipíco do pacífico). Decidimos chegar à cratera do extinto vulcao Rano Aroi. Ao final de uma hora de caminhada e de descobrirmos que estavamos no trilho errado.... decidimos voltar para trás, famintos, cansados e apressados, nao fosse escurecer e estarmos no fim do mundo, sem luz, gente, NADA!
No dia anterior haviamos combinado com a tal britânica assistir a um espectáculo de dança tradicional. Contudo sem "guito" estava complicado. Passámos no hotel dela para a avisar e foi aí que encontramos a soluçao: A recepcionista ajudou-nos e encaminhou-nos para um pronto-a-vestir que aceitava pagamentos com cartao VISA e, com uma "insignificante" comissao de 15%, deixou-nos "levantar" 100.000 pesos! Fomos roubados e ficamos felizes com isso! Vá-se lá entender o capitalismo. Depois do programita da noite, deitámo-nos em cansaço desperto: "Amanha é que vai ser!".
Esqueçam! Todo o dia foi em tempestade agitada, ventos fortes, muita chuva, lama, tudo! Tentámo-nos preparar para o pior: trocamos a scooter por um jipe fraco e velho, e metemo-nos à estrada. Um impermeável (da Tânia) e outro que diz que é uma espécie de impermeável! Muita chuvinha apanhámos! Foi uma árdua tarefa tentar fazer o programa turístico que haviamos definido - a costa sul. 3 horas depois regressavamos com meia dúzia de fotografias desfocadas, uma máquina com principios de humidade e no corpo o peso da roupa encharcada! Mas o pior estava para a acontecer: chovia na cabana! Só mesmo numa ilha paradisíaca do pacifico isto pode acontecer! Se nos deixarem sair daqui, partiremos amanha para a Patagónia...










terça-feira, 20 de maio de 2008

Bolivia: 2 em 1

Em autocarro (gelado) desde Cuzco ate Puno (perto da fronteira Peru-Bolivia), entramos no lago Titicaca. Depois de alguns comentarios registados ao longo da viagem, decidimos pernoitar na isla del sol, lado Boliviano, e usufruir da beleza e encanto do pequeno (e barato) paraiso pouco explorado. Com a cordilheira real dos Andes como pano de fundo e um lago com o tamanho do mar, foram o antidoto para um certo mal estar por estarmos "apenas" a 4000m de altitude! Com companhia brasileira (Rodrigo e Giovanna) escalamos ofegantemente ao topo da ilha para assistir a um dos por-do-sol mais bonitos de sempre. No dia seguinte, emocionados com as vistas, fizemos um passeio de 4 horas por toda a ilha e apanhariamos um barco que nos faria contornar a ilha pelo lago. Ao final do dia viajamos ate La Paz: o reverso da medalha. Se a pobreza Boliviana do lago Titicaca tem encanto, na capital e absolutamente assustadora. O impacto ao entrar numa cidade onde as favelas se amontoam, onde as ruas sem luz e inacabadas acumulam um lixo que alimenta caes, moscas e um ecossitema de parasitas que emana um fedor nauseabundo; onde a gente sombria e triste vende comida sem regras de higiene basicas, é medonho. Na rua é tudo: casa, trabalho e lazer. A este cenário juntamos ainda um stock antiquissimo de carros com uma capacidade poluente ultrapassada. É assim a capital da pobreza da America do Sul. Mal possamos colocaremos fotos (... e acentos).







sexta-feira, 16 de maio de 2008

De Macho: Machu Picchu

Caríssimos, acreditem que chegar a Wayna Picchu (signfica em Quechua, Montanha Jovem) é DE MACHO! Um trekking árduo, "suorento", ofegante e para alguns até atordoante. Quando atingimos o topo desta montanha, vizinha à cidadela de Machu Picchu, até as pernas tremiam. Fosse da desidrataçao, fosse do cansaço, da emoçao, da beleza extasiante ou apenas porque conseguirmos subir os 2720 m de altitude (320 acima da cidadela). Em apenas 1 hora "trepamos" a montanha, que permitiria uma vista única sobre Machu Picchu.
A nossa estadia por ali durou 8 horas para percorrer uma das cidades mais conhecidas do mundo e eleita uma das 7 maravilhas do mundo: Cidade perdida dos Incas (Cidade do Sol) - Machu Picchu. É incrível como aquele povo conseguiu construir semelhante cidade no topo íngreme de uma montanha, onde desenvolveu um sistema sofisticado de abastecimento de águas, cultivos e organizaçao territorial.
Foi a experiência inesquecível e imperdível, apesar de ao final do dia estarmos completamente exaustos. A nao perder!